Oi, gente! Quando criança eu amava Turma da Mônica, e ainda amo! Resolvi escrever esta história para realizar um sonho de escrever uma história da turminha. Espero que gostem.
Ass: Victor Silveira
***
Dudu encarou o prato de comida e fez uma careta. Pra quê jantar, minha gente? Aquela coisa gosmenta, sopa, argh! Dudu empurrou o prato e viu que os pais estavam assistindo TV. Levantou-se e foi até o quintal. Estava de noite e a lua iluminava de forma prateada o balanço de pneu. Dudu sorriu e sentou-se no balanço, empurrou os pés e deu impulso. Ele preferia ficar ali do que ficar comendo aquela coisa nojenta.
Parou.
Ouviu um barulho no gramado.O menininho cerrou os olhos atrás de ver algo. Viu duas bolas avermelhadas brilhando na escuridão. Olhos, pensou. Rapidamente algo saiu da escuridão. O menino tentou gritar, mas foi silenciado.
Os pais de Dudu viram que o filho não tinha jantado e foram até o quintal atrás de dar uma bronca no garoto, mas encontraram apenas o balanço se movendo sozinho e lentamente na noite. Próximo a ele um dos sapatos do filho estava solto na grama.
Alguém tinha levado o garoto.
***
A menina colocou-se na frente da carteira de Cebolinha e cruzou os braços.
- Oi, Mônica, quelida - disse Cebolinha - tudo bem?
- Me dá, Cebolinha - respondeu Mônica - agora.
- Não sei do que você está falando, Mônica.
A menina cerrou os punhos e levantou a mão.
- Se acalma, Mônica! - Gritou Cebolinha puxando um coelhinho de pelúcia azul de dentro da mochila - Tá aqui o Sansão. Sem violência hoje.
- Você devia ficar quieto hoje, Cebolinha - disse Mônica - Magali ainda está sensível com o que aconteceu. Meu pai disse pra gente ajudar ela.
Cascão ergueu o olhar para a amiga.
- Nenhum sinal do Dudu ainda?
- Nenhum - respondeu Mônica - desaparecido. Minha mãe disse que provavelmente ele está por ai fugindo do jantar.
- Mas ele nunca fugiu desse jeito. - Comentou Cebolinha.
Cascão piscou pra ele.
- Você tem razão nessa, careca.
Cascão viu de relance um vestido amarelo passar pela porta da sala e soube que Magali tinha chegado. Acenou para a amiga que parecia triste. Magali aproximou-se e suspirou. Mônica abraçou ela.
- Relaxa, amiga. Vão conseguir encontrar ele.
- Eu sei. Só fico nervosa. Queria poder fazer alguma coisa... Só não sei o quê.
Foi quando um homem alto entrou na sala. Cebolinha logo de cara achou ele estranho. Era esguio e magricela, usava um terno e um corte de cabelo estranho; seus cabelos negros eram escovados e parecia usar gel. O homem era tão branco e ao mesmo tempo sua pele possuía um tom amarelado... Uma figura esquisita.
- Sou seu novo professor - disse o homem - podem me chamar de professor José, José Dhalmir.
- Que homem estlanho - cochichou Cebolinha pro amigo. Cascão riu pra ele e fingiu estar sentindo calafrios.
Cebolinha era um garoto muito observador e continuou a analisar o novo professor. Viu algo no seu terno. Uma minuscula mancha vermelha. Parecia com, com...
- Cascão!
Cascão olhou pra ele e fez uma careta.
- Shhhhh...
- Silêncio, crianças - disse o professor - abram o livro de história na página vinte e seis.
- O que vocês estão cochichando? - Sussurrou Mônica. Magali também estava com a cabeça inclinada, ouvindo.
- Eu sei com o que esse cala palece - disse Cebolinha.
Cascão encarou o amigo, curioso.
- O quê, careca?
- Um vampilo! - Disse Cebolinha e depois abaixou o tom de voz - Olhem pro telno dele. Tem uma mancha velmelha. É sangue. Tenho celteza.
Os três olharam direto para o professor e encontraram a mancha. Era diferente do vermelho do vestido da Mônica. Era mais escuro e parecia ter uma textura diferente.
- E se ele tiver algo a ver com o sumiço do Dudu? - Indagou Mônica.
Magali tremeu de medo.
- Você acha? Ai, meu Deus.
- Se tiver nós vamos descobrir - disse Cascão - não é, careca?
Cebolinha riu.
- Pode cler, Magali. Nós vamos descoblir.
***
Depois da aula os quatro ligaram para os pais e disseram que iam ao clubinho, mas mentiram. De longe seguiram o estranho professor por várias ruas. Ele virou à esquerda e depois à direita, depois à esquerda de novo, parecia estar querendo se esquivar, fugir. Mônica agarrou Sansão pelas orelhas. Sentia uma pontada de medo. E se o homem fosse realmente um vampiro? O que eles poderiam fazer? Será se poderiam fazer algo? Cebolinha tomou a frente e parou.
- Ele tá entlando em uma casa.
- Vamos espiar - disse Cascão.
Os quatro agacharam-se como ninjas e foram até a janela da casa. O interior era escuro, sem luzes nem móveis.
- Vampilo - disse Cebolinha olhando pra turma - eu falei.
O homem andou pela casa e olhou na direção dos quatro, mas eles se abaixaram a tempo.
- Como você está, garoto? - Ouviram o homem dizer - Fiquei pensando em você o dia todo. Depois do lanche da semana, aquele professor, hmmm.... Você seria algo saboroso.
Olharam para ver com quem ele estava falando. Uma pequena figura se encontrava espremida no chão na frente do homem. Dudu! O menininho estava com os olhos chorosos e o joelho ralado.
- Por favor, moço... Me deixa ir - disse Dudu.
Magali choramingou do lado de fora.
- Shhhh - repreendeu Cascão.
- Como que ele anda no sol? - Perguntou Mônica.
- Flancamente, Moniquinha... Isso é mito.
- O que é mito?
- É quando usam mentila pla explicar as coisas. Minha mãe que disse.
- Ah.
Voltaram a encarar a cena. O vampiro rodeou Dudu e depois foi em direção a outro quarto.
- Já volto, meu querido - disse.
Mônica encarou a turma.
- O que vamos fazer?
- Eu tenho um plano - disse Cebolinha e riu - mas todos tem que seguir ele.
***
José estava pensando em como ia sugar o menino quando ouviu batidas na porta. Raios, pensou, quem será? Abriu a porta e deparou-se com duas meninas. Uma dentucinha de vestido vermelho e outra magrela de vestido amarelo.
- Oi, moço. Queria saber se nossa bola caiu na sua casa - disse a menina de vermelho.
- Não.
- Certeza? - Perguntou a menina de amarelo.
- Não ouvi nenhum vidro de janela quebrada.
A menina de vermelho riu.
- Às vezes a gente não ouve tudo.
José suspirou. Pelo visto eram daquelas crianças chatas que iam tomar o seu tempo. Se pelo menos forem apetitosas, pensou.
***
Cascão usando de suas habilidades ninjas tinha quebrado a fechadura da janela. Cebolinha lentamente levantou a abriu e fez pézinho pra Cascão.
- Anda, vai.
Cascão se apoiou nas mãos do amigo e pulou a janela, depois puxou ele. Os dois caminharam lentamente na direção do garotinho. Dudu percebeu a presença deles e Cascão correu e tapou a boca do garoto. Dudu abraçou o menino e depois franziu o cenho.
- Você tá fedendo.
- Mal agradecido.
- Vamos, Cascão.
- O quê está acontecendo aqui?!
O homem estava no quarto. Dudu gritou e os dois meninos também. Provavelmente as meninas enrolaram ele pelo tempo que deu, mas o homem acabou conseguindo expulsar elas.
- Crianças insolentes!
- Cole, Cascão! Cole, Dudu!
Os três correram em diferentes direções tentando se esquivar do moço. Cebolinha pulou por uma banca e Cascão escorregou pelo chão. O homem segurou o menino pelo macacão.
- Nããããão! Eu não! - Gritou Cascão - Eu ainda tenho muitos quadrinhos pra ler!
- Solta o meu amigo!
Mônica e Magali tinham entrado na casa. O homem riu, mas seu sorriso sumiu quando um coelhinho atingiu seu rosto. Parecia pedra. Era um daqueles brinquedos antigos pesados e sujos.
- Colam!
- Mas o Sansão!
- Depois, Mônica!
Os cinco saíram na ruam e o homem foi atrás. Ele encarou as crianças. Os olhos cor de sangue, com sede... Com fome.
- Eu vou matar vocês!
Cebolinha sorriu e ergueu a sobrancelha.
- Ah, é? Agola! Mônica! Magali!
As meninas gritaram juntas:
- SOCORRO! ESSE HOMEM TÁ QUERENDO ME SEQUESTRAR! SOCORRO! SOCORRO!
O homem recuou.
- O-O quê?
Três adultos apareceram na rua.
- Ei! O que tá acontecendo?
- Fica longe dessas crianças!
José levantou as mãos.
- Não é bem isso!
- Fica longe delas, cara - disse um adulto.
O homem encarou as crianças, furioso.
- Vocês me pagam por essa.
Então, correu. Os cinco se abraçaram enquanto os adultos os cercavam. Um deles reconheceu Dudu dos cartazes de desaparecido e ligou para os pais. Mônica entrou dentro da casa e voltou furiosa.
- Cebolinha!
- O-O que foi, Moniquinha?
- Cadê?!
- Cadê o Sansão!
- Na minha mo-mochila, achei que você iria querer que eu tivesse pego pra você.
O menino tirou o coelhinho da mochila, mas as orelhas estavam amarradas em um nó.
- Cebolinha!
- M-Mônica, calma!
Cebolinha começou a correr e Mônica foi atrás. Magali abraçou o primo e sorriu. Tudo está bem de novo, pensou.
E tudo estava.
***
José chegou correndo no cemitério da cidade. Sua respiração estava pesada. Respirou bem fundo e soltou o ar. Uma pequena figura passou por ele. Era uma alma penada.
- Tudo bem se eu ficar por aqui?
O fantasma sorriu.
- Você que sabe, meu chapa. Você que sabe.
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