Isso vai passar. Eu sei que vai, mas agora tá aqui, e não quero deixar ir. Mas um dia as coisas se vão. A questão é notar as pequenas coisas, as coisinhas gostosas da vida. Não deixar elas passarem sem deixar saudades. E é tão chato ouvir que vai passar, porque às vezes não queremos deixar cicatrizar. Queremos ser essa grande ferida exposta. Porque temos esses momentos da vida em que a dor é o único sinal de que estamos realmente vivos. E porra, meus amores, sou intenso. O universo me fez assim, a intensidade de uma super nova explodindo. Se algo passa por mim noto tudo nele. Noto o sorriso, o ser, o modo de existir e depois transformo em arte. Às vezes acho que escrevo porque tenho medo de esquecer as coisas, e sinto que é meu dever eternizar o que pode ser esquecido. Então, te eternizo. Eternizo a toalha na tua cabeça, eternizo o sarcasmo do meu pai, eternizo o ser da minha mãe, eternizo a nova pessoa, eternizo a mulher, eternizo Pedro, eternizo Cecilia, eternizo Nicoly. Se você algum dia for amado por um escritor ele vai te entregar a eternidade. A escrita envelhece, e deixa saudades. A escrita abraça uma pessoa solitária, e abraça o mundo. E sabe, talvez as coisas passem, mas adoro elas aqui, e agora. E prometo me lembrar, prometo me lembrar de cada detalhe, e de cada textura. Isso é o que torna gostoso.
Procurei no dicionário o significado de passar e encontrei isso: Ir além, deixar para trás, percorrer de uma margem a outra. E percebi uma coisa. Deixar passar é viajar. Ir de um ponto para o outro, e às vezes, olhar para trás. Vamos viajar, vamos? Trazes coisas desse mundo distante, fazer boa arte.
Ei, eu sei que dói, eu sei que ama, eu sei que é lindo, e talvez eu não saiba. Mas tô por aqui, manda um alô, um abraço. Vai passar, e vai ser extraordinário.
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