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Mostrando postagens de março, 2017

Aqui vão algumas coisas sobre a faculdade.

 Gente, primeiro, queria esclarecer bem esclarecidinho que não to atacando ninguém com esse texto, e por favor, não se sintam atacados. Então. Estava eu conservando com a Nico que está prestes a entrar na faculdade e ela estava super nervosa, sabe? Sobre como iam ser as coisas, sobre como poderia dar errado, sobre como era tudo desesperador. Então, esse texto é para o nó na garganta da Nico. Aqui vão algumas coisas sobre a faculdade:    Desde criança (sério) nós ouvimos frases deste tipo dos nossos professores e pais: "Quero ver como vai ser na faculdade" "Na faculdade não vai ser assim" "Ah, mas na faculdade..."   A verdade desesperadora é que a faculdade não é essas coisas toda não, gente, se acalmem. É só uma escolinha para gente grande. Sério, tem um grande número de pessoas (grande mesmo) que sentem um feeling de superioridade por estar fazendo faculdade. Que quando se você é mais novo fala alguma coisa sobre a escola, consegue ver

@

Se te escrevo poesia É porque não coube nas 140 palavras. Me desculpa por esse verso Mas mulher, que vontade danada de te ter. Se me quiser Fique livre, RT.  Compartilhei coisas de amor E que nem te marquei em mim Marquei lá o seu @ Antes sei bem que era o seu Hoje já não sei. Marque meu @ Que vou te entregar todos os beijos que não te dei. Se não quiser, deixa na saudade Se me quiser, a gente inventa.  Não  te falei, @? Não  ia caber nas 140.

Crescer me doeu

 Crescer doeu um pouco. Quando criança tinha preocupações realmente importantes e bem mais sérias que as de alguém mais velho. Sério, eles queriam saber de contas, eu queria saber qual era a possibilidade de vida inteligente fora da terra. Mas pelo que parece eu era uma criança fora do comum. Chegava na escola sem saber que era dia de prova, e sem ter estudado, descobrindo que tinha um teste no dia conseguia sair com as melhores notas da sala. Era tudo bem fácil, e era tedioso ser bom naquilo. Ir na escola para mim era bem mecânico.   - Seu filho aparenta ter um desempenho fora do normal - disse a professora para os meus pais. Pelo que me lembro dessa professora ela era verdadeiramente não humana. Na minha cabeça ela era verde, alta e curvada, com uma pele rugosa - Achamos que poderiam considerar saltar ele uma série.   Minha mãe concordou com a professora alien. Meu pai relutou um pouco, fui para a escola em um dia das férias e fiz uma prova. Passei e em uma tarde eu tinha

Na ponta da cadeira.

 Hoje eu estava triste. Desenvolvi uma mania de ir ao cinema sozinho quando estou triste, é uma coisa que amo. Costuma me estabilizar e me dar um calor no coração. Então fui ao cinema assistir Bela e a fera. Cheguei no caixa e a atendente deu um sorriso automático para mim. - Bom dia.  - Bom dia. Bela e a fera, 16h30.  Procurei a cadeira o mais distante e isolada o possível. A fileira sete estava inteiramente vazia e achei que seria uma ótima oportunidade. Estava sozinho e confesso que bem decepcionado. Triste. Senti que nada me impressionaria. Entrei na sala do cinema e fui em direção a minha cadeira solitária. Foi quando depois de meia hora de filme entra uma mulher com sua filha de três anos e sentam bem do meu lado. Porra, claro que elas sentam bem do meu lado. Toda uma fileira solitária e elas sentam do meu lado. A menininha fazia comentários de vez em quando e depois de um tempo ela saiu da própria cadeira para sentar no colo da mãe.  Meus amigos, como eu chore

Bola no ar.

Oi moça, me devolve minha bola? Me desculpa, mas queria terminar minha partida de futebol. Tudo bem, moça, eu sei que não devia chutar com tanta força. Ah! Obrigado moça, obrigado por devolver. Eu ouço, sabe, moça. Ouço seu marido gritar contigo, mas meu pai disse para eu não me meter porque um homem sabe como mandar na sua casa. Eu te vi machucada uma vez, moça. Acho que seu marido te faz mal, mas minha mãe diz que não é para eu ficar fofocando a vida dos outros. Moça, eu sei que você só canta quando ele não tá em casa. Sei que ele briga com você quando vai na igreja sozinha. Ele grita bem alto, todos os vizinhos ouvem. Moça, eu te vi chorar uma vez. Mas vai ficar tudo bem, moça, espero. Não vou chutar com tanta força dessa vez. O gol tá bem ali, moça. É só mirar. Droga, a bola foi alto. Você tá cantando. Vish, lá se foi ela. Ei, tô aqui no seu portão. Oi moça, me devolve minha bola?

Uni(verso)

  Vou te beijar e sentir saudades.  Vou suspirar e perder o medo. Caminho que passa no passo sozinho dos dias E solidão de quando te convidei para meu planeta  E disse: “Vem comigo, me beija em Plutão”  Respondi vazio, era Júpiter  entre nós. Nó que desfaz teu sorriso E me atrai como quem grita: “O que te atrai em mim é o que te orbita!” Ciclo infinito de espaço, tua linha girando em torno da minha  E para acabar, moça Espero tua luz chegar em mim Nessa dança, no teu ritmo, desse jeito sim. Aqui em meu planetinha Mas venha logo que estou com saudades Nesse universo, sem nenhuma idade. - Nicoly Moreira e Victor Universo.

Todas as coisas.

 Me falaram que não posto meus versos no blog, então decidi por postar. Este é sobre o nu, sobre o corpo, onde todas as coisas existiram. Todas as coisas que me aconteceram se passaram em meu corpo  Às vezes nu, às vezes coberto. Às vezes com saudade, às vezes querendo distância.  Todas as coisas que me aconteceram passaram por mim Minha barba, minha boca, meu viver, meu toque e meu sabor.  Me aconteceu de corpo meu se encontrar com outro Este outro de todos os sabores e de todas as cores Às vezes escuro, às vezes claro. Todas as coisas que me aconteceram  Todas as coisas que vão me acontecer  Neste corpo. Às vezes nu, às vezes coberto.

Indicações #1

 Então, gente, oi! Decidi que uma vez por mês ia fazer um texto indicando algumas coisas que curto. Acho importante compartilhar um pouco desse meu mundinho e espero que curtam! Robert Kifer: Vamos começar com um canal do youtube que curto bastante. O Robert é um guri com um canal relativamente pequeno, mas tem um trabalho genial. Com comentários sarcásticos e raciocínios que caminham em uma linha entre Woody Allen e Bo Burnham ele tece comentários sobre os mais diversos temas enquanto faz associações entre coisas que surpreendentemente parecem desconectadas. Adoro o tipo de humor que ele tem. É inteligente, bem trabalho e roteirizado. E para quem acompanha o Robert nas redes sociais vai descobrir a profundidade de pesquisa e estudo que ele tem na área da comédia. Vou deixar aqui um dos meus vídeos favoritos dele:  SONHEI ♫     Papo torto: Papo torto é um podcast que supostamente deveria ser do PC Siqueira e do Gus Lanzetta. Os reis do infotenimento e do that's de

Vó, e nada de velha.

 Minha vó não tem nada de velha. Aliás, ela me faz repensar o que é ser velho. Associamos tantas coisas ao fato de envelhecermos, já pararam para pensar nisso?  Minha vó é uma morena linda da voz alta e bochechas grandes. Ela me ensinou a ouvir Alcione, Tim Maia e sempre me incentivou nas coisas que quis fazer. Minha vó é o contrário da ideia que temos de alguém velho, querem saber o por quê?  Achamos que as pessoas mais velhas gostam é do silêncio, minha vó grita e canta em voz alta para todo o trabalho dela ouvir. Quando assiste futebol dá berros conforme os gols vão acontecendo. Às vezes pensamos que amadurecer é se tornar distante emocionalmente ou mais quieto; minha vó todo dia manda para mim mensagens de amor no whatsapp. Dona Luiza não gosta de ser chamada de Dona, é só Luiza, e tem samba no pé e bebe como um deus nórdico. Ela tem energia para alimentar uma cidade inteira. Minha vó me acha carente porque gosto muito de dar carinho e é cheia de amor.   Achamos também q

O Príncipe e a Raposa.

 O príncipe tinha passado por várias terras, ele era uma figura curiosa e diferente. Um dia chegando nas terras do norte ele viu uma raposa.  - Raposa - disse o Príncipe - sorri para mim?  A raposa se virou para o príncipe.  - Me deixa te fotografar? - continuou o princepezinho - Estou tão triste... - Me desculpe - respondeu a Raposa - mas não lhe conheço.  A raposa viu o princepezinho mexer em sua bolsa e retirar uma câmera. Ele tinha os cabelos bagunçados e um sorriso gentil.  - Eu sou o Príncipe - disse - Príncipe viajante. Viajo por todas as terras, conhecendo coisas e as registrando.   A raposa inclinou a cabeça e observou o menino, curiosa. - E você tem amigos? - Não muitos - respondeu o princepezinho, cabisbaixo - mas cativo os que me interessam e se esforçam.  - Você quer me cativar? - Sim!  - Mas isso vai levar um tempo, e será necessário trabalho. No primeiro dia tu irá vir aqui e eu estarei longe, talvez dê uma boa foto. Ent

Va(Ness)

  Um mês atrás viajei para uma cidade vizinha e me instalei em um hotel barato. Lembro da luz passar pela janela do quarto que não mostrava nenhuma paisagem exuberante, apenas um muro, lembro de pensar: Ok, agora nós temos que terminar esse livro. Eu tinha ido viajar para isso, terminar o meu livro e para isso precisava de inspiração. Vanessa me inspirou.   A protagonista do meu livro carrega o nome dela e grande parte da personalidade e trejeitos. Escrevendo todas aquelas páginas pensei que mesmo assim não podia dar conta da Vanessa, porque ela é algo mais. Vanessa que tem mania de aparecer aqui em casa do nada, ficar olhando o celular e fazer alguns comentários ácidos. Às vezes ela engaja conversas interessantes sobre os mais diversos assuntos. Vanessa que quando conheci estava usando um vestido com bolinhas e não parecia alguém que sabia as músicas da Lana Del Rey de cor e salteado.   Vou ensinar algo sobre a Vanessa. Ela tem um universo próprio na cabeça dela. É caótico,

Ninguém perguntou.

 Hoje estava em um sarau e aconteceu algo. Estava com uma amiga minha, a Isna e ela decidiu me apresentar sua melhor amiga. Acho interessante o processo de conhecer alguém, mas também incrivelmente chato. As perguntas comuns, sabe:   Oi, tudo bem?  Fazendo o quê?   Não queria saber isso, queria ver o que ela tinha para contar. - O que você faz? - Perguntei. - Em que sentido? - O que você quiser contar.  E isso me fez pensar:  O que as pessoas querem contar? Fiquei pensando nisso enquanto conversava e então encontrei uma pergunta que senti vontade de gritar quando ela me apareceu. Passei a fazê-la para todos. - O que você sempre quis falar sobre você, mas ninguém nunca perguntou?   Adorei as respostas que a noite me proporcionou. Foram lindas, gostosas e absorvi todas. Mas continuei pensando, porque eu não estava respondendo aquilo. Então esse texto é bem sobre mim. Oi, gente. Aqui vai uma lista de algumas coisas que quero falar sobre mim, mas ninguém nu

É mais difícil porque ela é mulher.

 Hoje eu fui soltar pipa. Foi uma experiência bem interessante, nunca tinha feito isso quando era criança e me rendi a oportunidade. A verdade é que passei a maior parte do tempo fotografando, mas coisas aconteceram, e decidi as contar aqui. Fui soltar pipa com a Isna (uma morena linda e maravilhosa) e seu irmão, Igor (um guri que achei incrível), os três nunca tinham feito isso antes e achei a ideia no minimo audaciosa.   Chegando no Horto nos sentamos e tentamos arquitetar aquela tarefa. Nenhum de nós três sabia como fazer aquilo, mas tentei uma abordagem cientifica. Sabe, quando não entendo as coisas tento usar um conhecimento prévio de ciência. Estabilizador, vento contrário, resistência, gravidade, estado de inércia e ponto de equilíbrio.  Começamos a fazer tentativas. Primeiro amarramos a linha errado, depois repetimos o erro. Então um grupo de garotos se aproximaram da gente, deveriam ter entre cinco e nove anos.  - Não sabe soltar pipa, tia?  Isna sorriu. - E

Kimbal.

 Kimbal em algum ponto parecia distante demais para todos. Ele estava em outro mundo e ao mesmo tempo era incrivelmente desafiador para os que estavam presente. Mauro se lembrava do amigo constantemente. Quando Kimbal entrou na sala da escola pela primeira vez todos ficaram calados. Ele tinha um nome estranho e vinha da África do sul, Mauro costumava ficar triste ao lembrar sobre como as pessoas discriminavam Kimbal por ser branco e vir da África. Muitas pessoas na minha terra são brancas, dizia Kimbal, Elon Musk é do sul da África e é branco. Mauro sorriu. Kimbal era um gênio, sempre foi.  Quando Mauro começou a conversar com Kimbal ficou surpreso ao descobrir que ele aprendera português há pouco tempo, estava fazia apenas dois anos vivendo no Brasil. O amigo tinha um sotaque carregado e gostava de falar sobre foguetes. Na época Kimbal tinha doze anos, e seus pais ainda se amavam.  - Eu vou construir um foguete, Mauro - disse Kimbal - ele vai para a lua, e eu quero ver o no

Meus botões.

 Estava pensando aqui com meus botões, e descobri que adoro todos eles. Sou o tipo de pessoa que pode facilmente no meio de uma conversa começar a olhar pro nada e ficar calado. Sei que isso irrita alguns dos meus amigos, mas eu adoro. Não se surpreenda se enquanto conversarmos meus olhos parecerem procurar um alvo longe e minha cabeça ficar distante dali. Às vezes é só uma frase que desperta isso, de verdade. Você pode ter falado algo sobre robôs e máquinas, e bam , eu sumo. Depois de alguns minutos eu vou aparecer com alguma pergunta ou observação que não tem nenhuma relação com o assunto ali.  Você pensa muito em robôs? O que você acha do paradoxo do barco de Teseu? Sim, eu acredito que em algum momento vamos viajar no tempo. O que você acha sobre os aliens? Sabe, eu tive uma ideia para um conto... Sim, eu sei que não tem nada a ver com o que você está falando, mas olhe só: E se você...   A verdade é que meus botões são todos bem especiais e meu mundinho é gigante