Ok, eu estava vendo esse filme. E nesse filme que era sobre alienígenas tinha essa cena que me motivou a escrever este texto. Na cena um alien encara o horizonte de um planeta desconhecido com diversos lagos e um jardim, ao lado dele outra alien procura iniciar uma conversa. Ele está olhando para o lago sorrindo e ela lhe explica que tem habilidades empáticas, isso é: quando ela toca em alguém pode sentir o que a pessoa que tocou está sentindo. Ele começa a explicar para ela que costumava levar sua filha e sua mulher nos lagos de seu planeta para se divertirem, mas as duas nesse ponto já estavam mortas há muito tempo. E ele está olhando para a paisagem sorrindo, a alien decide tocar nele e então desaba a chorar. Mas ele está sorrindo! Entenderam que mensagem incrível?! Comecei a chorar automaticamente.
Talvez eu tenha viajado, mas o que entendi foi: com o tempo, as coisas cicatrizam, e às vezes nos fazem sorrir. A alien estava experimentando pela primeira vez aquele sentimento de perda e lembranças de algo que não existe mais e por isso começou a chorar copiosamente de dor, mas o outro alien que já tinha sentido aquilo por muito tempo conseguia agora sorrir com as lembranças. Isso me afetou tanto.
Esses dias tenho tentado entender toda essa complexidade das coisas e como elas se relacionam com o tempo. O tempo é essa grande coisa que permeia nossa vida e algum dia nós pensamos: Ok, isso existe, e talvez possamos medir ele para ajudar a nos medir. E o tempo não cura as coisas, ele transforma. O tempo faz tatuagens na gente. A tatuagem que em primeiro momento é ferida e depois arte, lembrança, sorrisos. O tempo é esse grande tatuador que marca a gente e nos faz rever as coisas. Eu tenho uma tatuagem, e constantemente me esqueço que ela existe. Mas tem esses momentos em que vou pegar alguma coisa e vejo ela no meu pulso, lembro de todo o significado e começo a sorrir que nem um bobo.
Ah, pessoal, esse insight foi bem importante para mim. As coisas podem mudar de significado, podem se transformar. Todas essas coisas podem se tornar sorrisos bobos. Os bancos de praça, as árvores, as cartas, os flertes, o adeus, tudo, tudo! Viver é transformar, é ser tatuado. Olha, tem essas coisas que queria dizer para vocês, vai que alguém não disse.
Ei, eu sei que dói agora. Mas talvez um dia isso te deixe feliz ou te arranque sorrisos.
Coisas boas podem virar coisas ruins, e coisas ruins podem virar coisas extraordinárias. Ei, relaxa, vem aqui conversar comigo. Vamos abraçar essa mudança, queridos. Vamos nos tatuar.
Existe amor, existe mudança. Foto: eu mesmo, Irene. |
P.s: Eu sei que sumi, mas tô voltando <3
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