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Mostrando postagens de julho, 2017

Você é foda.

 Você é foda.  Já te falei isso hoje? Você é foda. Você é incrível. Você é linda. Você é lindo. Você é extraordinário. Eu te levaria de um lado do universo ao outro.  Eu sei, sabe? Sei que pode parecer que você não é incrível. Sei que pode parecer que você não é linda como é. Sei que pode parecer que você não é tão inteligente. Mas hey, você é. Você é foda. Você já fez muita coisa foda. Você já passou por barreiras que outros não passariam.   Hey, tá tudo bem cair. Tá tudo bem ter uma queda, tá tudo bem se ralar no asfalto da vida. Sabe aquela pessoa que você encontra no reflexo? Ela é foda.   Você conseguiu fazer o que queria. Você vai conseguir, de verdade. E se não conseguir? Tudo bem, não desiste. Ou desiste, toca o foda-se. Sorri para isso depois e transforma em uma história.   Hey, seja você. Hey, se coloca como prioridade (mas respeitando os outros e pensando neles) Hey, se ama. Hey, se odeia. Hey, seja.   Faz as coisas por você. Tá tudo bem fa

Devir

 Queria te colocar no palco. E não quero falar sobre o que aconteceu, só quero te colocar no palco. Sabe, Bruna, eu tenho lembranças de você. Queria contar algumas coisas aqui, ou só falar algo, te por nesse palco.  Quando te conheci era o primeiro dia de faculdade e eu estava incrivelmente nervoso e ansioso. Você chegou tranquila usando uma blusa social xadrez como casaco (blusa que era duas vezes maior que o seu tamanho) e conversou comigo. Logo a trupe formou rápido: eu, você, Marta, Rodrigo e Aelia. No primeiro dia paguei um refri para vocês e um bolo, queria desesperadamente me enturmar com vocês. E sabe, você ofereceu sorrisos e uma fala carregada de sotaque. As coisas só fluíam contigo. Na época eu andava com minha filmadora na mochila e te gravei falando algumas coisas sobre a vida, e esses vídeos sumiram com o tempo. Sempre fui assim em querer registras as coisas que me faziam bem. Puxava o celular e tirava um snap de vocês prestando atenção na aula, e você sempre caia

Microcosmo

 Rubel sabia que as coisas mudavam. Afinal, ele estava escrevendo esse e-mail para a sua irmã. Nunca imaginou que digitaria um e-mail que não fosse de trabalho, ele odiava e-mails. Mas decidiu mandar porque ele tinha se lembrado de um dia no microcosmo. Aquele pequeno mundo em que ele vivia quando era adolescente. No dia em que estava na sua memória ele tinha saído mais cedo da escola porque a mulher do diretor tinha morrido. Era uma mulher gentil e vendia biscoitos para ele por um preço totalmente acessível para um guri de treze anos, mas Rubel lembrava de não ter derramado uma lágrima por ela. Ele chegou em casa e viu sua irmã sentada no sofá assistindo um episódio de Vale a pena ver de novo . Ele achava engraçado essa ideia de reprise, passar novelas antigas como novas. As pessoas sabiam que eram antigas, porém Rubel sentia que sua irmã estava convencida que eram paradas novas e frescas. - Hey Clara. Ele se lembra de ter dado um beijo na bochecha dela. Na época ele tinha

Transborda

 Transbordar envolve cair.  Transbordar significa sair fora, ou sair fora das bordas. Ter em excesso, estar repleto. Transbordar é estar tão cheio que se derrama. É uma coisa linda, mas transbordar envolve cair. Esse texto é só para você se lembrar disso. Quando se transborda a água que ultrapassa o topo do copo derrama pelas beiradas e escorre em gotas até a mesa. Transbordar pode ser o famoso fogo de palha, como diria o Pedro. Aquilo que acende rápido e rápido se vai. Mas transbordar é gostoso. Transbordar é intensidade, uma intensidade e uma entrega tão poderosa que se ultrapassa os limites. Então, meu bem, transborda. Mas transborda consciente. Se lembra que coisas podem ser incrivelmente lindas e em um segundo serem, apenas, legais, sabe? Ou ruins, elas podem ficar ruins também. Se você transbordar vai se encher de si. Vai ter tanto de você ali que só sorrisos vão caber. E pode ser ruim também, você pode transbordar tristeza. Encher o copo de lágrimas. É só isso

As crianças e a prisão do amor

 Esse texto vai ser curto, só para avisar. Esses dias sai para um arraial com o Pedro e a Vic, e uma das coisas que vi me arrancou alguns sorrisos. O arraial era em um lar de crianças e nesse dia ao contrário dos meus amigos eu fui pontual. Esperei eles durante uns quarenta minutos. Nesse tempo caminhei pelo lugar, me sentei em um banco de mármore e ouvi Elvis. Foi quando ouvi: - Tio - era uma meninazinha acompanhada de três amigas - a gente pode fazer trança no seu cabelo? - Sim, sim!  As meninas pegaram os meus cabelos e com uma habilidade surpreendente começaram a fazer as tranças. Eu tenho um lema, sabe:  se você tiver a oportunidade de conversar com uma criança, converse. Aprendi sobre as três. Uma queria ser cabeleireira, outra professora de matemática e outra professora de português. As três marias me chamaram para passear pelo arraial e foi quando vi o motivo desse texto.  Quem costuma frequentar festas juninas deve saber o que é uma prisão do amor. É basicam

Desculpa o vazio. Primeira história.

 Me desculpem pelo vazio. Sei que o blog anda parado, mas eu andei mais ainda. As coisas que coloco aqui são o que quero compartilhar, e as coisas que tenho vivido não cabem ainda em textos e crônicas. Mas o vazio é gostoso, deixa saudade. Espero ter deixado saudade. As coisas que escrevo aqui sempre são convites para uma conversa. Sabe? Aquela conversa. Aquela conversa no meio do rolê quando você decide ter um tema mais pesado ou sente que aquilo que você guardou precisa sair? E você, sabe, quer falar aquilo com alguém. Então tem aquele desconhecido sentado no chão com os cabelos bagunçados e você pensa: Ok, esse cara vai saber ter essa conversa.   Prazer, sou o desconhecido.   Esses dias eu perdi alguém, um tio meu. E isso me fez pensar o quanto eu não conhecia dele, e o quanto eu não conheço das pessoas que para mim são tão naturais quanto o respirar. Você já parou e olhou ao redor? Foi o que fiz. Decidi que eu iria ouvir sete histórias, sete histórias de pessoas que para