Queria te colocar no palco. E não quero falar sobre o que aconteceu, só quero te colocar no palco. Sabe, Bruna, eu tenho lembranças de você. Queria contar algumas coisas aqui, ou só falar algo, te por nesse palco.
Quando te conheci era o primeiro dia de faculdade e eu estava incrivelmente nervoso e ansioso. Você chegou tranquila usando uma blusa social xadrez como casaco (blusa que era duas vezes maior que o seu tamanho) e conversou comigo. Logo a trupe formou rápido: eu, você, Marta, Rodrigo e Aelia. No primeiro dia paguei um refri para vocês e um bolo, queria desesperadamente me enturmar com vocês. E sabe, você ofereceu sorrisos e uma fala carregada de sotaque. As coisas só fluíam contigo. Na época eu andava com minha filmadora na mochila e te gravei falando algumas coisas sobre a vida, e esses vídeos sumiram com o tempo. Sempre fui assim em querer registras as coisas que me faziam bem. Puxava o celular e tirava um snap de vocês prestando atenção na aula, e você sempre caia nisso.
Ah, e tinha as aulas de sábado. As aulas de sábado de manhã que você detestava e aparecia usando um óculos escuro e incrivelmente irritada.
Então sai da faculdade, e nós nos tornamos desencontros. Eu nunca soube se eramos amigos, sabe? Mas lembro de quando te vi e te registrei. Estava para me encontrar com a minha namorada na época na praça e você passou por lá. Conversou comigo e puxei minha câmera. Falei:
- Bruna, sorri para mim.
E você, tímida, sorriu. Você era carregada como o seu sotaque. Intensa, transformava papel em aviãozinho.
É só um querer agora, sabe? Querer que as coisas fossem diferentes. Eu não posso oferecer muito, mas existem por ai as batalhas invisíveis. Os milhares de conflitos eternos que todas as pessoas vivem e não podemos ver. Só queria dizer que: hey, eu tô aqui. Se quiser conversar.
Deixo aqui o e-mail do blog para qualquer um que queria conversar e desabafar, ser ouvido ou só vomitar verbalmente: palco.vazio@hotmail.com
É isso, Bruna. Tchau, moça. Um dia a gente se vê por ai, espero. Seja bem vinda ao palco.
Das fotos que tirei de você |
Dos snaps |
Que triste
ResponderExcluir♥
ResponderExcluirNa maioria das vezes não enxergamos quem está ao nosso redor. Vemos através das pessoas. Convivemos e não nos envolvemos. Isso gera um vazio existencial.
ResponderExcluir❤
ResponderExcluirBela homenagem, que nessa nova jornada, ela encontre paz.
ResponderExcluirSó posso dizer que tô triste de vdd apesar de não conhecer a Bruna nem os pais nem VC, mas é como se conhecesse...
ResponderExcluirSinto uma enorme tristeza.
Não tenho mais palavras.