Hoje é meu aniversário.
Segundo os antropólogos americanos Ralph e Adelin Linton aniversários passaram a ser comemorados no Egito antigo, cerca de três mil anos antes daquele cara que morreu em uma cruz ter vivido. Eu gosto de aniversários e confesso que sempre quis comemorar um, mas por uma série de motivos já passei aniversários bem infelizes.
Vide: Passar o aniversário em um hospital.
Vide: Convidar trinta pessoas e irem três.
Ano passado não curti tanto. Esse ano estou fazendo a idade que Mary Shelley tinha quando escreveu Frankenstein, 19. Fiquei pensando no que mudou, o que aprendi, o que esqueci. Infelizmente crescer envolve esquecer várias coisas, pequenos detalhes que somem da gente. Ainda queria sentir a diversão de brincar com bonecos, mas grande parte de mim ainda é uma criança. Uma vez li que existem dois tipos de pessoa: as que se descobrem e as que se tornam. As pessoas que se descobrem conforme vão vivendo vão descobrindo seus interesses e vontades. As que se tornam simplesmente evoluem a partir de uma essência.
Eu me tornei.
Se você perguntasse para o Victor de quatro anos de idade as coisas que ele mais gosta provavelmente iria ouvir essa resposta:
- Ah! Eu gosto de dinossauros, robôs, heróis, terror, Turma da Mônica, alienígenas e livros.
Se você perguntar hoje as coisas que eu mais gosto de certeza iria ouvir:
- Eu gosto de dinossauros, robôs, heróis, terror, Turma da Mônica, alienígenas e livros.
Crescer foi bem doloroso em alguns pontos e do caminho dos dezoito para dezenove aprendi algumas coisas, queria compartilhar as principais. Primeiramente uma mudança muito grande foi ter passado a meditar e estudar sobre técnicas de meditação (quero escrever um texto sobre). Começar a meditar fez com que eu me descobrisse e mudasse o centro do meu furacão de uma agonia para uma paz constante. Isso não significa que sou feliz, mas hoje estou em paz. Também aprendi a respeitar o momento e que a frase "querer não é poder" poderia ser substituída por "o querer deve ser equilibrado com o momento e suas metas".
Aprendi a me curtir mais e aproveitar os momentos comigo mesmo.
Aprendi que algumas coisas se vão.
Algumas coisas chegam.
Algumas coisas que eram boas para você podem te machucar muito depois.
Amor não é uma coisa só boa.
Anos atrás escrevi um texto chamado Com quem será, foi - Nesse texto falo sobre uma vontade que sempre tive de ter o famoso com quem será no aniversário. Era besta, mas importante, queria ter isto. Hoje estou tão a vontade comigo mesmo que gosto do meu com quem será ser uma viagem all by myself. Velho, sabe o que descobri? Que sou amado. Que tenho pessoas ali por mim. Isso é foda. Para trás só para pegar impulso, meu bom. Nietzsche uma vez disse: "Quando encontrar sua praia não recue sob nenhuma instância"
Meu velho...Estou longe de recuar.
Parabéns para mim.
Vou continuar vivendo aventuras, conhecendo pessoas - poetas, bêbados, putos, putas, intelectuais e o que vier - sendo um vagaMundo.
Obrigado todos vocês por terem me lido durante um ano, esse ano vai ter mais e o blog continua. Talvez tenha livro.
Vai ser tudo...Extraordinário.
Foto do Edison Lucas |
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