No momento estou triste, vou ser sincero, estou mesmo. Não tenho de ser perfeito aqui, não tenho, né? Mas hoje estive feliz, e queria falar sobre isso. Porque isso me alegra. Mas outra coisa, aqui só tem textos. Para quem não sabe escrevo contos e outras coisas, o que vocês acham de eu começar a postar isso aqui também? Mostrar um pouco mais. Enfim, respondam, interajam comigo. Me deem um retorno. Quero saber quem está lendo e se estão gostando, e compartilhem, please. Aliás, vou deixar o meu e-mail no final desse post. Para quem quiser conversar ou marcar um café. Enfim, isso foi só um aviso.
Essa história é sobre a Tina.
Hoje sai da casa de uma amiga minha e fui para a parada do Manoel Julião esperar o ônibus. No fone de ouvido tocava em um volume altíssimo o Awesome mix de Guardiões da Galáxia. E poxa, se tem uma coisa que me motiva é música dos anos oitenta ou setenta. Vi o céu cinzento e o vento bateu no rosto. Você vai andando para casa, pensei. É longe, respondeu outra voz, mais sensata. Exatamente, respondeu a primeira, sorrindo. E talvez você pegue chuva, disse a outra.
Bom, pensei, seria uma honra para a chuva.
Comecei a caminhar e dançar no meio da rua. E aquilo me deixou feliz. Ficar imerso em mim mesmo e ao mesmo tempo tão entregue a um momento e lugar. Passando por uma rua desconhecida vi no segundo andar de uma casa duas crianças brincando na janela. Puxei minha câmera e procurei o foco (ah que delicia esse som da câmera regulando). As meninas me notaram. Sorriram para mim. Começaram a fazer poses. Crianças são uma delicia né, adoram se exibir. Então continuei minha caminhada.
Se aproximando de uma rotatória vi uma senhora sentada em uma cadeira de balanço em frente a sua casa. Era idosa e tinha os cabelos pintados, olhava atentamente a rua acompanhando todo e qualquer movimento. Ela me viu e sorriu.
- É bom o vento na cara, não é? - disse.
Tirei o fone de ouvido.
- É sim, dona.
Continuei caminhando. Nesse ponto a história podia ter terminado. Mas não, ela estava ali. Com um batom, sentado em frente da casa dela. Me esperando. Esperando alguém entregar ela. Nós, fotógrafos, somos existencialistas. Mais ou menos. Capturamos pequenos pedaços da existência, congelamos momentos no tempo e contamos histórias com isso. Esse é o nosso poder secreto, não conte para ninguém, ok?
Pensando nisso voltei e ofereci meu melhor sorriso para a dona.
- Oi - disse, estendendo a mão - meu nome é Victor Silveira, eu sou fotografo. Posso tirar uma foto da senhora?
Ela me olhou, confusa.
- Para quê, moço?
- Gosto de tirar fotos de pessoas aleatórias. Então, a senhora topa?
- Eu não sei, moço... Sou feia. Não tô nem arrumada.
- Que é isso, mulher? Feia? A senhora é linda do jeito que é - ela sorriu - Qual o seu nome?
- Tina.
Me ajoelhei no chão e apontei a câmera para ela. Meu olhar passou através da lente e vi aquela mulher ali, me esperando. Existindo. Sorri.
- Muito bem, Tina. Sorria para mim.
Tina me fez prometer que eu ia revelar a foto e depois entregar para ela, aparentemente a neta era a única com facebook na casa, mas foi embora. Tina, pode acreditar em mim que vou te entregar a sua foto. Você existiu mulher, e pela minha lente, você foi linda.
Tina! |
~''~
P.s: (adoro post-scriptum) Para quem quiser entrar em contato comigo o meu email é: victor_silveira19nepo@hotmail.com
Podem mandar confissões, desabafos, textos, teorias, nudes, ou só um oi mesmo. Eu respondo, pode acreditar.
O twitter é @victoruniverso
A gente vive em um mundo tão cheio de pressa, sem tempo de observar uma senhora na rua, ou crianças brincando. É super excelente (não consigo pensar em adjetivo melhor que esse) parar por 5 ou 10min para ler uma história dessas, na qual a gente percebe que existem bilhões de mundos no nosso planeta, e cada um deles existiu, assim como a Tina.
ResponderExcluirEi, Tina. Obrigada por reparar na beleza das coisas invisíveis. Victor, meu bem, obrigada por eternizar poetas da existência
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